Recortes

Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender. Alexandre Herculano

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Há dias assim


Há dias assim. Abrimos a pestana e estamos cheios de garra e de vontade. Queremos abraçar o mundo. Só que o comum dos mortais ainda tem muito que aprender e há dias em que acordamos e questionamos esse mesmo mundo, aquele que no dia anterior tinhamos vontade de agarrar sem dó nem piedade.
Para mim, esses dias banhados por águas turvas surgem com maior frequência em alturas chave: no início de um novo ano, no dia seguinte a mais um aniversário... Geralmente é nestas alturas que faço um balanço da vida (como se isso fosse realmente possível) e dou por mim às aranhas com mil e uma coisas que não correram da melhor forma ou que pura e simplesmente não aconteceram.
Já me disseram que tenho dificuldade em ultrapassar estes momentos menos positivos e que permaneço com eles na memória em demasia. Tenho que engolir em seco e admitir que é verdade, mas como podemos nós esquecer aquilo que tanto se deseja? Não será a análise dos factos que nos leva mais longe?
Hoje fico com cara de poucos amigos por tais pensamentos, amanhã talvez me passe e daqui a uma semana parece que já não há sinais da casmurrice, mas tenho a certeza que é só uma questão de tempo para que eu própria reabra o baú das memórias. Já me conheço.
Quem me dera que fosse diferente... mas não é. Permaneço à espera daquele dia em que a tranquilidade me possa libertar os ombros. Mas não espero de braços cruzados. Afinal, todo este dilema não é mais do que uma luta feroz entre o meu eu de sempre e o eu de amanhã.