Recortes

Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender. Alexandre Herculano

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Saudade

Não sei se está relacionado com esta chuvinha que insiste em cair, mas o que é certo é que estou particularmente melancólica. Há de facto momentos na vida de uma pessoa em que nos vamos lembrar de cada coisa...
Saudade... essa palavra tipicamente portuguesa, tão difícil de traduzir, e que insiste em permanecer no meu pensamento de há uns dias para cá. E desengane-se quem acha que só se pode sentir saudade de alguém, eu até sinto saudade das alfarrobeiras!!!! É pois a saudade do Algarve em geral, dos amigos, da família, da Beon...
E é este sentimento de saudade que nos faz recortar pequenos momentos que anteriormente nem tinham grande importância, como o simples facto de ver o mar todos os dias (em casa, a caminho do trabalho, no trabalho).
Pensando bem, talvez isto signifique que estou a ficar velha. Enquanto somos crianças nunca pensamos em nada do que lá vai. A vida é cor-de-rosa, o príncipe vai chegar num cavalo branco e saudade... só do colo da mãe e mesmo assim não é nessa palavra que pensamos, é mais "sentir a falta de".



Então permitam-me que diga que tenho saudades de todos vocês e de todas as pequenas coisas que me rodeavam (até das irritantes).

4 comentários:

Marisa Borges disse...

É bom amiga quando descobrimos que afinal somos e fomos felizes no meio do quotidiano. Que até as coisas irritantes nos fazem bem, que as discussões, as proibições, as limitações nos fizeram quem somos, nos ajudaram a crescer e a escolher.
Parabéns e de facto é curioso que tenhamos estado nesta bela sintonia.

Beijocas grandes

Rute disse...

Querida amiga, houve alguem que um dia disse: "Só com a beleza do regresso se poderá dar uma justificação para um sentimento tão desprendido como a saudade..."
Por isso cá te espero para matar as nossas saudades e as nossas conversas de comadres... Beijos muitos***

Anónimo disse...

Como já deu fica agora o verdadeiro comentário. Não tenho saudades das alfarrobeiras nem das amendoeiras em flor que já enfeitam o nosso Algarve mas de ti amiga. Não acho que estejas a ficar mais velha, antes mais madura. Há coisas que vêm com o tempo e a idade, a sabedoria e o saber dar valor àquilo que tínhamos como garantido ou a que nem sequer dávamos importância. Not getting older, just wiser. Bjs

Anónimo disse...

Saudade... Só de pensar nisso lembro-me de Eduardo Lourenço de quem não tenho saudades. :P
Alfarrobas? Tenho-as cá em casa. Dá para ir trincando de vez em quando. =)
Acho que não tenho saudades de nada. As minhas memórias são como breves pinceladas. Nada mais... =)
Bjinhos*