
Medo...
Às vezes gostava de te entender melhor e saber a razão pela qual insistes em fazer parte da minha vida.
Nem sempre te reconheço, pois és hábil e escolhes as mais variadas formas para me puxar para ti.
Às vezes surges em sonhos, outras vezes escolhes os pensamentos... Quase sempre penetras um pouco mais em mim. Seja por não me deixares arriscar, seja por me condicionares os momentos de alegria.
Mas o que és afinal? Para que serves? És real ou uma simples ilusão das mentes menos sábias?
Quando era pequena sabia-te de cor. Sabia que só surgias à noite, quando as luzes se apagavam ou quando estava só. Sabia que fazias apenas parte de sensações próprias da infância e que desaparecias com a mesma rapidez com que me assustavas.
Agora és diferente. Tens formas de dor, de ansiedade, de perda... e não preciso sonhar, basta-me respirar.
Tens a forma de quem rouba corações, sonhos ou esperanças.
(...)
A forma do Medo?!
(...)
Pensando bem, tens a forma de algo que me alerta para um longo caminho até uma possível aceitação da ordem natural das coisas.