Recortes

Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender. Alexandre Herculano

terça-feira, 2 de junho de 2009

Presa a mim

A minha amiga Shin Tau sugeriu-me que escrevesse sobre as minhas "amarras" pois talvez haja algo a perceber ou clarificar sobre elas.
Pois bem, após um ligeiro levantar do sobrolho aquando desta sugestão, decidir levantar a ponta do vestido e mostrar o tornozelo (tens este efeito sobre mim, vá-se lá perceber).

Considero "amarras" tudo o que me mantém presa (física e/ou emocionalmente), a alguém ou alguma coisa, mas num sentido que me limita e me impede de seguir em frente.
Amarra, apego, dependência... são um pouco sinónimos de situações onde me coloco numa posição demasiado intensa e exposta, situações que nem sempre me favorecem.
Em termos práticos:

Considero-me uma pessoa demasiado amarrada a algumas situações do passado que apontam para pensamentos menos felizes;
muito dependente daqueles que fazem parte da minha vida e que amo;
bastante apegada a crenças e ideologias que nem sempre são concretizáveis.
Não obstante, acho que muitas destas características me individualizam e acabam por me conceder uma formar de viver e pensar muito intensa. Fazem parte daquilo que sou e mantém-me alerta na procura da minha essência.
Mas tenho a perfeita consciência que, por vezes, também me fazem agir de uma forma egoísta e sufocante, que me paralisam e impedem outras vivências.


Por tudo isto, digo que as minhas amarras ainda são muitas. Por me dificultarem o percurso até àquele caminho; por doer; por me turvarem o rio das ideias; por me atrapalharem os sonhos.
Contudo, têm ajudado no auto-conhecimento e na vontade de seguir em frente. Essa está sempre aqui dentro... a lutar.

9 comentários:

Essencialma disse...

Boa reflexão...costumo dizer que o facto de escrever-mos, mesmo numa conversa online, ou num email...torna os nossos pensamentos mais reais...eles deixam de andar aos encontrões dentro da nossa cabeça, e passam a ser concretos.

Muitas vezes o facto de os ver escritos, ajuda a pensar sobre eles, como se tivessem se separado de nós e agora são pensamentos de outro que estamos a analisar...isso a mim ajuda-me a ter distância daquela confusão em que anda a minha mente, e por vezes nem é preciso do outro lado, comentarem, responderem...porque o facto de as vermos escritas dão-nos consciência, e por vezes até a resposta.

Espero que tenha sido um bom exercicio!

Beijinhos

Marise Catrine disse...

Essencialma,

É realmente curioso pois acho que ao escrever já estava a analisar. Daí ter observado no imediato que estas características têm aspectos melhores e piores.
Quanto à escrita de pensamentos e emoções, desde criança que o faço. Havia alturas em que até escrevia cartas às pessoas próximas só por sentir que era a única forma de me expressar a 100% ou de chegar eu própria a alguma conclusão (confesso que ainda hoje o faço).

Obrigada pelas palavras.

Beijocas

Marisa Borges disse...

Marise ;)

que feliz!!! afinal temos as mesmas ideias sobre o tema!!! Mas o importante era mesmo esse exercício de compreenderes que (perdoa-me se for presunção da minha parte) tudo tem um lado positivo. E como a essencialma disse isso é importante!

Agora que identificaste onde estão os apegos a prender-te, poderás no momento em que acontece ficar mais consciente de que estão a acontecer e fazer a tua escolha cônscia. Se assim for, serás tu a escolher não fazer em prol deles e por isso uma escolha de coração e não de apego.

Fui clara? Não sei se consegui passar a mensagem, mas era isso que me parecia estar a faltar na tua análise ;) e olha...acho que nós temos de ser menos exigentes connosco próprias! Eu vou começar, queres vir???

Beijão meu doce de mulher

Marise Catrine disse...

my love,

Quero ir, quero, quero!!!!!

Eu é que devo agradecer por este exercício. possivelmente não tinha saído cá para fora se não tivesses feito aquele comentário.
Foste bem clara (as always).
Como disse em resposta à Essencialma, ao escrever já estava a tomar consciência do que era bom e mau, e a tirar as minhas conclusões.

Só me falta um bocadinho assim. Tenho-me esforçado tanto...

Beijocas

Marisa Borges disse...

Eu sei que te tens esforçado e muuuuuito! Mas às vezes os resultados não saltam logo à vista, por isso é preciso esperar e aceitar que às vezes falhamos com o que queremos.

Vou lá cima agradecer o selo ;)

Marise Catrine disse...

My sweet anime,
You are a very wise person!
;)
Love you!
*******

Blue disse...

Olá!

Estou numa situação muito semelhante, tenho muitas amaras e por mais que me queira libertar, parece que se colam em mim, não é nada facil.
Espero que consigas.
um abraço

Marise Catrine disse...

Olá Lili! Welcome!! :)
De facto as amarras são algo muito complexo. Se tivermos consciência que existem, já é meio caminho andado para a libertação. Mas como dizes, nada fácil.
Continuemos a lutar então!
Obrigada pelas palavras.
Volte sempre.

**

Yoshi disse...

Gostei.

Acho que todos temos amarras e ter consciência disso é fundamental para desatá-las.

Achei também incrível como o texto condiz com a figura. Seria por acaso é uma pintura de Peter Howson?